A triste noticia veio com a frente fria do sul, gelando meu coração e tornando a tentativa de entendimento de tantos porquês tão letárgica que parece ter feito o tempo parar.
A matéria bem sabe que muitas respostas nem merecem busca, porem nossa parcela espírito apesar de recoberta pela densidade física não se cansa de procurar entender.
Entender por exemplo, como que com tão pouco convívio e ainda por cima não sabendo se deste pouco haveria mais algum, ainda assim a perda parece nos levar uma grande parte do coração.
Como pessoas podem nos fazer bem sem tanto fazer e apenas pelo fato de ser quem e como são?
Como sentir tanto a perda do que teve-se tão pouco e quiça mais teria?
São coisas inexplicáveis e talvez isto seja a definição mais clara do que significa carinho incondicional.
Creio que ao invés de maldizermos tal sentimento de dor, melhor seria termos orgulho de que ele exista e nos transcenda um pouco da densa casca humana para uma região dentro de nós onde ainda habita a monada divina original das esferas mais sutis e para as quais creio ainda chegaremos um dia.
Doce Dulce me deu este presente sofrido, sentir-me, dentro de todas as minhas incapacidades, uma pessoa com a qualidade de chorar a perda do que talvez eu nem tivesse o direito de posse.
Enfim, para estas coisas sou mesmo atrevido, dou-me o direito à coisas tão boas e portanto choro, ainda que resignado, o fato de que do pouco que tive o nada mais terei.
Tenho como consolo o acreditar que existe algo alem do que vemos e conhecemos, portanto devera existir uma resposta para este porque em especial e com certeza ao cair do véu desta incógnita, terei um prazer ainda maior que o da tão esperada resposta que é a oportunidade novamente do convívio.
Vai criança; Desfrute novamente da jovialidade que a carne rouba do espírito quando em tempo físico.
Que os Céus te acolham com a dignidade que teu viver conquistou e ele assim o fara.
Que assim seja e assim se faça.
Sei que em momentos de ternas lembranças a saudade batera forte.