As palavras mais duras são aquelas que perdem a intensidade com a distância voluntaria, aquelas que se perdem no silêncio, aquelas que calam diante das duvidas. Para estas meus caros, não existe tentativas de acordo. Estes tipos de palavras nascem monossilábicas e morrem em um extenso monologo, nunca suplicam por entendimento e muito menos compreensão. Porem elas também não exigem de nós nenhum esforço, nos pedem no máximo esquecimento e resignação.
É estranho perceber o quanto o tempo é algo pessoal e intransferível. Relembrando um palestrante que sempre citava Leopoldo Machado, a tempestade pode ser sim lá fora, porém a cada um ela passa a seu tempo e modo. Sonhos, ambições e vontades aproximam e distanciam pessoas ao passo que vão alterando suas dimensões na individualidade de cada um. Nunca me negaria a sonhar, mas hoje sei que cada ser deve sonhar em seu tempo e nunca responsabilizar outrem por não estar presente em seu despertar. O cansar do destino nunca sobrecarregara nossas almas se as escolhas do caminho forem nossas apenas e nossa responsabilidade pelas escolhas tornara digna qualquer solidão na caminhada. Muitas vezes, por algum tempo, nos pegaremos caminhando sem destino algum, mas nunca sem chão. Sabemos a cada momento diferente de nossa caminhada a abertura exata dos nossos passos, onde aperta o calçado e onde devemos sentar e apenas descansar, portanto seriamos cruéis se obrigássemos alguém a nos fazer companhia em um trajeto que desejássemos seguir a nosso tempo e tolos caso desejássemos seguir alguém da mesma forma. O que podemos fazer é torcer para que caminhos se cruzem, que em cada um destes reencontros saibamos respeitar o tempo do despertar e adormecer alheio e assim, não invadir o sonho e nem incomodar o sono de ninguém.