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quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Deserto


Quisera eu, ser viajante.
Não ser, como hoje, vizinho do medo, trancando minhas portas, fazendo-me própria morada, sofrendo em segredo.
Fugir sequer por uma noite da segurança de alamedas calçadas levando comigo apenas a lembrança do teu beijo.
Perambular pelas vielas dos becos da minha urgência e ainda que, de olhos vendados, encontrar meu desejo.
Sou criança sem casa, filhote caído do ninho, tentando nutrir-me do carinho do mundo já que da mãe me falta o afeto.
Este vôo inconstante, das aves atrofiadas, é menos seguro que qualquer futuro incerto.
Poço seco...
Galho ao vento...
Risada forçada...
Deserto.


Ayahuasca

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