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quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Outono


Das folhas caídas nenhum outono lembrei.
Da fruta mordida nenhuma semente ao solo lancei.
Dos passos que dei não sei ao certo quais eu errei.
Transpondo a curva do rio nada demais avistei.
Nas trupes por onde passei em nenhuma me firmei.
No tumulo aberto nenhuma lagrima chorei.
Sentado em meu canto penso em que tipo de homem eu fui, eu sou e serei.
Talvez a aparência de insensibilidade não mostre o quanto que já me doei e nestas entregas quanto do meu coração entreguei.
Se não me prendo à nada é porque entregas são, pelo que o nome já diz, algo de que eu nada esperei.
E caso não transpareça em mim, sim sou feliz.
Por saber que a cada entrega e empenho despendido em troca algo de bom comigo carreguei.



sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Passadas


A unica coisa boa que existe em voltar a rotina da labuta do dia a dia da minha vidinha é perceber que apesar de eu não ter concretizado a maior parte dos sonhos que ainda guardo dentro de mim, sem demagogia, eu não trocaria nenhum dos meus passos pelo caminho trilhado por outra pessoa.

Fênix


Do barro se fez e ao pó voltou, cinzas.
No eterno retorno ao todo depois dos vários parcos ou poucos que se findam.
De parcos e poucos se faz o todo, como de rimas se faz a poesia.
Porem não quero minha vida declamada, quero minha vida cantada numa doce melodia.

Não escolhi meus caminhos, trilhei os que a vida veio me proporcionando.
Comodismo...talvez. Medo e falta de vontade... Ledo engano.
Por tudo que fiz pago e paguei e hoje, por também tudo que fiz, já almejo meu bônus.
Ainda sigo sem pressa, porém consciente de ser eu merecedor de tudo aquilo que reclamo.

Na fornada da vida a trova é cantiga.
Na quentura do forno o querer muitas vezes é transtorno.