O lugar que eu moro com você...
É uma miragem, não existe a não ser quando estou com você.
É por isto intocado, pois ninguém pode perceber.
Sua vista dá para qualquer lugar, basta à gente escolher.
Em nosso jardim as flores não perdem tempo em florescer a não ser que nossos olhos estejam juntos para assim vê-las nascer.
Somos vento e areia e nosso cantinho uma duna, que se muda, se transforma ao nosso simples querer
Ayahuasca
LAM VAM RAM YAM HAM OM AUM/ ALMANAH MARE ÃLBEHA AREHAIL/ HÃMURÃBI ÕM SHIKTË SANSALA PHRÃSHIVATA
segunda-feira, 17 de setembro de 2007
Um abraço de tristeza
Há muito tempo atrás uma amiga me perguntou se um anjo triste havia me abraçado, referindo-se simbolicamente ao fato de me achar muito triste naquele dado momento.
Eu, sem muito pensar, lembro que disse a ela...
O meu receio é ser eu este anjo e estar transmitindo tristeza às pessoas que eu amo quando estas recebem meu abraço.
Confesso que na época eu não tinha muita noção do porque tinha dito isto.
Interessante como com o passar do tempo a gente vai se dando conta de como algumas coisas que saem de nossas bocas sem muita elaboração podem conter uma verdade tão profunda.
Ayahuasca
Eu, sem muito pensar, lembro que disse a ela...
O meu receio é ser eu este anjo e estar transmitindo tristeza às pessoas que eu amo quando estas recebem meu abraço.
Confesso que na época eu não tinha muita noção do porque tinha dito isto.
Interessante como com o passar do tempo a gente vai se dando conta de como algumas coisas que saem de nossas bocas sem muita elaboração podem conter uma verdade tão profunda.
Ayahuasca
Vale das sombras
Sob a densa neblina se esconde a melodia de um menestrel que cansou de cantar.
Em um vale frio repousa com um olhar fixo no infinito.
Os mais sensíveis podem, mesmo ele calado, ouvir lá de cima sua melancólica canção pelo ar.
Ele aprendeu com o tempo a encravar notas nas pausas das pausas, num compor restrito.
Suas notas agora são escritas nas partituras, em mensagens subliminar.
Pode-se ouvir, não se consegue gravar.
E segue ele compondo e compondo num transe exaustivo.
Não para que os outros o ouçam.
Mas para que ele, mesmo que em dia morto, se sinta mais vivo.
Em um vale frio repousa com um olhar fixo no infinito.
Os mais sensíveis podem, mesmo ele calado, ouvir lá de cima sua melancólica canção pelo ar.
Ele aprendeu com o tempo a encravar notas nas pausas das pausas, num compor restrito.
Suas notas agora são escritas nas partituras, em mensagens subliminar.
Pode-se ouvir, não se consegue gravar.
E segue ele compondo e compondo num transe exaustivo.
Não para que os outros o ouçam.
Mas para que ele, mesmo que em dia morto, se sinta mais vivo.
Ayahuasca
sábado, 15 de setembro de 2007
Lua
Aclimatação
Nem só de espinhos e nem só de flores são nossas vidas.
Penso que o que recebemos é fruto de algo que fizemos.
Um acerto...
Um erro...
Enfim, a resposta do cosmos ao nosso momento, e são estas mudanças tão bruscas de sensações que não sei se agüento.
Um dia euforia, outro lamento.
Mas com certeza se hoje reflito sobre isto é por ser meu momento só sofrimento.
Não estamos acostumados a refletir sobre nossas felicidades, eu por certo não estou, talvez este seja o grande mal.
Apenas seres errantes sabem a dor de seus erros e se calejam nestes.
Não que por eles deixem de sofrer, mas talvez conviva melhor com o erro alheio.
Rogo luz aqueles que nunca tropeçaram, pois são fortes apenas em seus acertos.
Talvez se experimentasse na vida sequer um só erro, sucumbissem diante de seu próprio sofrimento.
Ayahuasca
quinta-feira, 13 de setembro de 2007
Meu jardim secreto
Tristeza é como tiririca no jardim.
Você capina, arranca suas batatas e sossega pensando que a matou, mas basta uma chuvinha pra ela nascer as pencas.
Penso que tal qual nossas alegrias as tristezas também são finitas e só cabe a nós viver intensamente os momentos felizes e digerir os que não são.
Pude constatar ao longo da vida, que gritar e espernear não surte efeito algum.
Mas como minhas mãos já estão calejadas no trato da terra sem também nenhum êxito, decidi deixa-la crescer, poda-la com destreza e carinho transformando das ervas daninhas das minhas tristezas um lindo gramado.
Para que assim elas possam conviver harmoniosamente com as flores das minhas alegrias num mesmo jardim.
Ayahuasca
O grande lago
Há certos momentos em nossas vidas em que ela se assemelha a um grande lago, onde nos encontramos bem no meio dele e as coisas que mais amamos e desejamos flutuando em nossa volta sem que possamos alcança-las com as mãos.
Quando tentamos de alguma forma traze-las para perto, sem perceber criamos leves ondas e estas acabam por levar cada vez mais longe de nós o que desejamos.
Acredito que nessas horas, o mais certo a fazer é interiorizar nossos desejos, abrandar nossa alma ansiosa e ficar calmo e tranqüilo entrando em sintonia com o próprio lago de nossas vidas.
Penso que agindo assim, as coisas que realmente são de nosso merecimento acabarão por se achegar a nós e as que não são, estas... nem que levássemos a vida toda se debatendo conseguiríamos alcançar.
Quando tentamos de alguma forma traze-las para perto, sem perceber criamos leves ondas e estas acabam por levar cada vez mais longe de nós o que desejamos.
Acredito que nessas horas, o mais certo a fazer é interiorizar nossos desejos, abrandar nossa alma ansiosa e ficar calmo e tranqüilo entrando em sintonia com o próprio lago de nossas vidas.
Penso que agindo assim, as coisas que realmente são de nosso merecimento acabarão por se achegar a nós e as que não são, estas... nem que levássemos a vida toda se debatendo conseguiríamos alcançar.
Ayahuasca
quarta-feira, 12 de setembro de 2007
Desapercebido
segunda-feira, 10 de setembro de 2007
Crônica de um sonho
Muito tempo atrás, num vilarejo longínquo, vivia um menino que como muitos dali já com tão pouca idade convivia com as misérias da vida.
Os brinquedos dele e de seus amiguinhos eram gravetos, troncos, pedras, até ossos de animais serviam e com a devida imaginação se transformavam em tudo que eles queriam que fossem carrinhos, caminhões de bombeiro, tudo mesmo o que a necessidade do momento lhes pedia.
Até que um dia apresentaram, a este projeto tupiniquim de Fernão Capelo Gaivota um bom velhinho, que o desejo de todos os bons meninos realizava e correndo foi ele contar a boa nova a todos, pois para ele agora seria fácil de qualquer um resolver seus problemas.
Pôxa!
Bastava ser bonzinho e zupt... resolvido.
Que fantástico!
Ao receber a noticia, seus amigos tiveram reações diferentes, os de idade um pouco mais avançada receberam-na com total descaso e ainda fizeram chacota.
Afinal... Por já estarem um pouco mais calejados com a vida seria mesmo imprudente acreditar em algo tão sem sentido.
Alguns dos mais novos se entusiasmaram, mas logo foram persuadidos com os argumentos realistas dos mais velhos e pela primeira vez na vida ele teve a sensação de se sentir só com seus sonhos.
Aos poucos ele foi se distanciando das outras crianças, não fisicamente, mas em pensamentos e ideais, guardava muitas vezes seu sonho a sete chaves, pois não lhe fazia bem se sentir tão diferente dos demais.
Ainda participava das brincadeiras, mas já não via tanta graça naqueles brinquedos imaginários, imaginação por imaginação seu sonho era bem melhor e agora ele imaginava coisa maior.
Na verdade seu sonho era uma coisa que ele numa destas visitas à cidade viu numa propaganda de revista que ele folheou na loja de quinquilharias do seu Altamiro.
Aquilo sim valia a pena imaginar.
Um aeroplano, que como dizia a propaganda, usando um elástico era lançado ao ar e prometia flutuar livremente por alguns instantes.
Uma espécie de bodoque, mas com uma finalidade bem melhor que a de matar passarinhos.
Ah!
Era isto que ele queria, seria bonzinho e um dia certamente receberia seu prêmio.
O tempo foi passando e uma vez por ano ele ficava a espera da concretização do trato.
Entre a felicidade da possibilidade e a ansiedade da frustração muitas vezes ele se viu cansado, mas nunca cogitou deixar de sonhar, só se perguntava se estava sendo bom o bastante.
Até que numa dada noite, num destes dias 24, ele percebeu algo diferente, enquanto todos já estavam dormindo ele notou que do barracão onde seu pai guardava as ferramentas vinha uma luz.
Em meio ao medo e a curiosidade ele correu para averiguar do que se tratava e pelas frestas das madeiras mal rejuntadas pôde ele perceber que se tratava de inúmeras luzes coloridas que piscavam alternadamente.
Empurrando com esforço a porta do barracão, que teimava sempre em emperrar, ele pode ter a visão de algo com o que ele nunca sonhara ali na sua frente não estava o aeroplano que ele tanto desejava, mas sim uma coisa muito melhor.
Era uma miniatura de nave espacial e ao seu lado não existia um elástico pra lançá-la e sim um controle remoto que não me perguntem como ele conseguiu manusear, pois bem sabemos que quando um sonhador encontra seu sonho não é necessário nenhum manual de instrução, a adaptação é de fato imediata.
E foi ele para o descampado, ainda não acreditando no que via testar seu presente.
Precisou de muito pouco tempo pra que sua navezinha já estivesse subindo muito alto, dando vôos rasantes e fazendo manobras radicais sem ele mesmo saber o que significavam estas coisas.
Que sensação maravilhosa ter nas próprias mãos o controle de seu sonho.
Que sensação de liberdade.
E ele ali sozinho ficava imaginando o que diriam todos ao depararem com aquela formosura, ao realmente perceberem que o seu sonho era real, ele mal podia conter toda aquela felicidade.
E antes que amanhecesse ele teve a idéia de voltar sem falar nada a ninguém e só contar quando por mais uma vez viessem perguntar, com certo sarcasmo, se ele tinha recebido alguma encomenda naquela noite e ele iria à forra depois de tantas gozações.
Mas, foi no caminho de volta que algo ainda mais inacreditável lhe aconteceria.
Voltando pode notar ao longe que alguém no meio da trilha esperava sentado, não sentiu medo, pois a sensação da presença do estranho era boa.
Pensou ser o bom velhinho em pessoa para ver sua reação, mas conforme foi chegando perto percebeu não se parecer nada com a descrição que lhe deram dele, este se tratava de um homem franzino, de pele escura, mas a barba e o cabelo branco, o olhar doce e a serenidade contagiante, batiam bem com a descrição.
Isto não importava mesmo.
Apressou-se em chegar para desfiar o rosário de agradecimentos e antes que ele pudesse falar alguma coisa o bom velhinho lhe diz:
Feliz né filho?
Ele responde:
Não tenho palavras para dizer quanto, é muito mais do que eu sempre sonhei, nem imaginava merecer tanto.
E o bom velhinho pede que o menino se sente, pois ele precisa lhe explicar algo que lhe seria muito mais importante que o presente em si.
Com a mesma serenidade o bom velhinho diz:
Sabia que você se sentiria assim e sei que boa parte desta felicidade não se deve somente ao presente, mas sim pela certeza que seu sonho é real e ainda muito melhor do que você imaginava.
Não quero que te entristeça, quero é que entenda que este sonho é realmente teu, mas ainda não é chegada à hora de vivenciá-lo, só resolvi mostrá-lo a ti para que saibas o que de bom te espera e não seja mais um a perder o seu sonho pelos tristes caminhos da vida.
Preciso levar seu sonho comigo e gostaria de te deixar também a certeza que estarei cuidando com zelo dele para quando a hora certa chegar.
Só te advirto de uma coisa...
Você mesmo já percebeu que ele é muito mais do que julgas merecer, portanto siga seus dias se esforçando em realmente merecê-lo.
As palavras do ancião ecoam na mente do menino dando piruetas e as lágrimas lhe impedem de enxergar o exato momento em que o bom velhinho se despede levando consigo o tão esperado sonho.
O menino sem nada entender fica ali parado por não se sabe quanto tempo até que resolve seguir no caminho de volta.
Quem o veria naquele momento imaginaria que ele caminhava serenamente, mas sua mente fervilhava em questionamentos e incertezas.
Primeiro pensou qual seria o propósito daquilo tudo?
Depois, que iria continuar convivendo com as chacotas dos outros sem poder nada provar.
E por um bom tempo ficou tentando entender porque deixaram ele sentir o gosto de seu sonho se ainda não merecia vivê-lo intensamente.
Até que a fúria do mar que violentamente atacava a praia de sua alma acalmou e ele decidiu continuar vivendo, sonhando e esperando chegar à hora de vivenciar seu sonho.
Hoje ele já com a barba e os cabelos grisalhos, senta em cima do tempo vivido e segue sua vida de forma normal, se esforçando muito entre um tropeço e outro para fazer por merecer seu sonho.
Só se diferencia dos outros quando todas as noites antes de dormir, pede que sua navezinha sobrevoe seus sonhos e faça com ele um contato imediato de qualquer que seja o grau.
Ayahuasca
Os brinquedos dele e de seus amiguinhos eram gravetos, troncos, pedras, até ossos de animais serviam e com a devida imaginação se transformavam em tudo que eles queriam que fossem carrinhos, caminhões de bombeiro, tudo mesmo o que a necessidade do momento lhes pedia.
Até que um dia apresentaram, a este projeto tupiniquim de Fernão Capelo Gaivota um bom velhinho, que o desejo de todos os bons meninos realizava e correndo foi ele contar a boa nova a todos, pois para ele agora seria fácil de qualquer um resolver seus problemas.
Pôxa!
Bastava ser bonzinho e zupt... resolvido.
Que fantástico!
Ao receber a noticia, seus amigos tiveram reações diferentes, os de idade um pouco mais avançada receberam-na com total descaso e ainda fizeram chacota.
Afinal... Por já estarem um pouco mais calejados com a vida seria mesmo imprudente acreditar em algo tão sem sentido.
Alguns dos mais novos se entusiasmaram, mas logo foram persuadidos com os argumentos realistas dos mais velhos e pela primeira vez na vida ele teve a sensação de se sentir só com seus sonhos.
Aos poucos ele foi se distanciando das outras crianças, não fisicamente, mas em pensamentos e ideais, guardava muitas vezes seu sonho a sete chaves, pois não lhe fazia bem se sentir tão diferente dos demais.
Ainda participava das brincadeiras, mas já não via tanta graça naqueles brinquedos imaginários, imaginação por imaginação seu sonho era bem melhor e agora ele imaginava coisa maior.
Na verdade seu sonho era uma coisa que ele numa destas visitas à cidade viu numa propaganda de revista que ele folheou na loja de quinquilharias do seu Altamiro.
Aquilo sim valia a pena imaginar.
Um aeroplano, que como dizia a propaganda, usando um elástico era lançado ao ar e prometia flutuar livremente por alguns instantes.
Uma espécie de bodoque, mas com uma finalidade bem melhor que a de matar passarinhos.
Ah!
Era isto que ele queria, seria bonzinho e um dia certamente receberia seu prêmio.
O tempo foi passando e uma vez por ano ele ficava a espera da concretização do trato.
Entre a felicidade da possibilidade e a ansiedade da frustração muitas vezes ele se viu cansado, mas nunca cogitou deixar de sonhar, só se perguntava se estava sendo bom o bastante.
Até que numa dada noite, num destes dias 24, ele percebeu algo diferente, enquanto todos já estavam dormindo ele notou que do barracão onde seu pai guardava as ferramentas vinha uma luz.
Em meio ao medo e a curiosidade ele correu para averiguar do que se tratava e pelas frestas das madeiras mal rejuntadas pôde ele perceber que se tratava de inúmeras luzes coloridas que piscavam alternadamente.
Empurrando com esforço a porta do barracão, que teimava sempre em emperrar, ele pode ter a visão de algo com o que ele nunca sonhara ali na sua frente não estava o aeroplano que ele tanto desejava, mas sim uma coisa muito melhor.
Era uma miniatura de nave espacial e ao seu lado não existia um elástico pra lançá-la e sim um controle remoto que não me perguntem como ele conseguiu manusear, pois bem sabemos que quando um sonhador encontra seu sonho não é necessário nenhum manual de instrução, a adaptação é de fato imediata.
E foi ele para o descampado, ainda não acreditando no que via testar seu presente.
Precisou de muito pouco tempo pra que sua navezinha já estivesse subindo muito alto, dando vôos rasantes e fazendo manobras radicais sem ele mesmo saber o que significavam estas coisas.
Que sensação maravilhosa ter nas próprias mãos o controle de seu sonho.
Que sensação de liberdade.
E ele ali sozinho ficava imaginando o que diriam todos ao depararem com aquela formosura, ao realmente perceberem que o seu sonho era real, ele mal podia conter toda aquela felicidade.
E antes que amanhecesse ele teve a idéia de voltar sem falar nada a ninguém e só contar quando por mais uma vez viessem perguntar, com certo sarcasmo, se ele tinha recebido alguma encomenda naquela noite e ele iria à forra depois de tantas gozações.
Mas, foi no caminho de volta que algo ainda mais inacreditável lhe aconteceria.
Voltando pode notar ao longe que alguém no meio da trilha esperava sentado, não sentiu medo, pois a sensação da presença do estranho era boa.
Pensou ser o bom velhinho em pessoa para ver sua reação, mas conforme foi chegando perto percebeu não se parecer nada com a descrição que lhe deram dele, este se tratava de um homem franzino, de pele escura, mas a barba e o cabelo branco, o olhar doce e a serenidade contagiante, batiam bem com a descrição.
Isto não importava mesmo.
Apressou-se em chegar para desfiar o rosário de agradecimentos e antes que ele pudesse falar alguma coisa o bom velhinho lhe diz:
Feliz né filho?
Ele responde:
Não tenho palavras para dizer quanto, é muito mais do que eu sempre sonhei, nem imaginava merecer tanto.
E o bom velhinho pede que o menino se sente, pois ele precisa lhe explicar algo que lhe seria muito mais importante que o presente em si.
Com a mesma serenidade o bom velhinho diz:
Sabia que você se sentiria assim e sei que boa parte desta felicidade não se deve somente ao presente, mas sim pela certeza que seu sonho é real e ainda muito melhor do que você imaginava.
Não quero que te entristeça, quero é que entenda que este sonho é realmente teu, mas ainda não é chegada à hora de vivenciá-lo, só resolvi mostrá-lo a ti para que saibas o que de bom te espera e não seja mais um a perder o seu sonho pelos tristes caminhos da vida.
Preciso levar seu sonho comigo e gostaria de te deixar também a certeza que estarei cuidando com zelo dele para quando a hora certa chegar.
Só te advirto de uma coisa...
Você mesmo já percebeu que ele é muito mais do que julgas merecer, portanto siga seus dias se esforçando em realmente merecê-lo.
As palavras do ancião ecoam na mente do menino dando piruetas e as lágrimas lhe impedem de enxergar o exato momento em que o bom velhinho se despede levando consigo o tão esperado sonho.
O menino sem nada entender fica ali parado por não se sabe quanto tempo até que resolve seguir no caminho de volta.
Quem o veria naquele momento imaginaria que ele caminhava serenamente, mas sua mente fervilhava em questionamentos e incertezas.
Primeiro pensou qual seria o propósito daquilo tudo?
Depois, que iria continuar convivendo com as chacotas dos outros sem poder nada provar.
E por um bom tempo ficou tentando entender porque deixaram ele sentir o gosto de seu sonho se ainda não merecia vivê-lo intensamente.
Até que a fúria do mar que violentamente atacava a praia de sua alma acalmou e ele decidiu continuar vivendo, sonhando e esperando chegar à hora de vivenciar seu sonho.
Hoje ele já com a barba e os cabelos grisalhos, senta em cima do tempo vivido e segue sua vida de forma normal, se esforçando muito entre um tropeço e outro para fazer por merecer seu sonho.
Só se diferencia dos outros quando todas as noites antes de dormir, pede que sua navezinha sobrevoe seus sonhos e faça com ele um contato imediato de qualquer que seja o grau.
Ayahuasca
sexta-feira, 7 de setembro de 2007
Encontro
Um misto de vinho e alma num teor alcoólico agradável que o permitia transferir-se para o paraíso dos que buscam a felicidade.Suas vestes limpas e normais não deixavam transparecer em suas entranhas o pó e a fuligem das calçadas por ele andadas.Lindas eram as tardes e ainda mais maravilhosas as noites por ele tão esperadas.Diante dos olhos urbanos, escondidos por detrás das estruturas metálicas, tentava seus instintos pecaminosos disfarçar.Grandes são os homens, grandes são as mulheres, os poetas e as poesias escritas por suas amadas.Em meio a fumaça sua aparição era sempre esperada, mesmo por aqueles que suas atitudes recriminavam.Era alento, assunto e motivo de estórias criadas.Mas como disse...Grandes são os homens, grandes são as mulheres e inúmeros são os dedos das mãos não calejadas.
Ayahuasca
Labirinto
terça-feira, 4 de setembro de 2007
Estações d'alma
Um domingo maravilhoso de sol.
Temperatura amena do tipo que aquece o sangue em nossas veias acompanhada do frescor de uma brisa soprando tão levemente que parece apenas existir para que possa sutilmente balançar as madeixas dos anjos, mas que é suficiente para que mantenha nossa temperatura interna agradável.
E você olha o céu, as nuvens, os pássaros e tudo em volta com olhar de um ser apaixonado pela vida.
Como seu corpo se encontra cansado da semana que se passou, resolve descansar após o almoço para que mais tarde esteja bem preparado para fazer uma das coisas que você mais gosta na vida.
Depois de um descanso merecido você se banha e se apronta como se lá fora existisse apenas a certeza de um dia lindo.
E quando você abre sua porta é presenteado pela mesma brisa com alguns respingos de uma garoa fria que chega a congelar seus ossos.
Pra onde se foi aquele dia lindo, o céu, os pássaros e tudo de bom que você acabara de admirar?
Então, todos meus sentidos adentram aquela camada cinza de névoa e me envolvo com o mau tempo.
Sei que os dias não podem ser classificados pelo seu clima e sim pelas intempéries de nossas almas.
Portanto afirmo com convicção...
Odeio dias chuvosos quando estes se apresentam a mim salpicados de minha própria melancolia.
Temperatura amena do tipo que aquece o sangue em nossas veias acompanhada do frescor de uma brisa soprando tão levemente que parece apenas existir para que possa sutilmente balançar as madeixas dos anjos, mas que é suficiente para que mantenha nossa temperatura interna agradável.
E você olha o céu, as nuvens, os pássaros e tudo em volta com olhar de um ser apaixonado pela vida.
Como seu corpo se encontra cansado da semana que se passou, resolve descansar após o almoço para que mais tarde esteja bem preparado para fazer uma das coisas que você mais gosta na vida.
Depois de um descanso merecido você se banha e se apronta como se lá fora existisse apenas a certeza de um dia lindo.
E quando você abre sua porta é presenteado pela mesma brisa com alguns respingos de uma garoa fria que chega a congelar seus ossos.
Pra onde se foi aquele dia lindo, o céu, os pássaros e tudo de bom que você acabara de admirar?
Então, todos meus sentidos adentram aquela camada cinza de névoa e me envolvo com o mau tempo.
Sei que os dias não podem ser classificados pelo seu clima e sim pelas intempéries de nossas almas.
Portanto afirmo com convicção...
Odeio dias chuvosos quando estes se apresentam a mim salpicados de minha própria melancolia.
Ayahuasca
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