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segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Vale das sombras




Sob a densa neblina se esconde a melodia de um menestrel que cansou de cantar.
Em um vale frio repousa com um olhar fixo no infinito.
Os mais sensíveis podem, mesmo ele calado, ouvir lá de cima sua melancólica canção pelo ar.
Ele aprendeu com o tempo a encravar notas nas pausas das pausas, num compor restrito.
Suas notas agora são escritas nas partituras, em mensagens subliminar.
Pode-se ouvir, não se consegue gravar.
E segue ele compondo e compondo num transe exaustivo.
Não para que os outros o ouçam.
Mas para que ele, mesmo que em dia morto, se sinta mais vivo.


Ayahuasca

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