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segunda-feira, 13 de agosto de 2007

Deserto


Só o silêncio me entende.
Só ele é capaz de ouvir no ruído ensurdecedor da minha mente minha total falta de som e entender o vazio do coração disfarçado num sorriso.
Sorriso este que não engana mais minha alma, que segue perambulando pelo deserto da vida na busca vã de um oásis pois bem sabe que o único existente secou.
Enquanto eu fitava abobado a doce face da minha amada sem que percebesse sua água evaporou com o ardor do sol da nossa paixão.
Neste deserto ardente de uma vida sem sentido tudo parece ser momentâneo e a eternidade já não mais parece ser capaz de eternizar-se em um simples momento.
Silêncio, ausência, lamento são tudo dores da vida, portanto hoje vivo sofrimento.
Ah!
Como eu gostaria que existisse alguém que pudesse dizer:
Eu bem que avisei!
Do destino eu só cobro não ter sido avisado, pois a ele sou grato por tudo que me deu e se enganam aqueles que pensam que eu sabendo teria evitado a dor da despedida.
Mas garanto que uma vez avisado teria melhor aproveitado meus raros momentos de vida.



Ayahuasca



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